No centanário da imigração Japonesa para o Brasil faço uma reflexão, enquanto nipo-descendente. Muitas pessoas me perguntam se sou Japonês, outras indignadas dizem que eu sou brasileiro, mas afinal, o que eu sou? Ora, sou Nipo-Brasileiro, com muito orgulho de descender de um povo maravilhosamente rico, em cultura, artes, um ethos magnifico, e de ter nascido no solo Brasileiro, igualmente rico, em ritmos, sabores e aromas, contudo, estar no limiar as vezes é bom, as vezes nem tanto. Minha criação, minha educação em casa, de minha mãe, de minha avó, me fazem enxergar muitas coisas sobre os dois primas, por exemplo quando fui assistir o "Ultimo samurai", em alguns momentos as pessoas riam, ou falavam que absurdo, enquanto eu ficava com lágrimas nos olhos. Assim é no cotidiano, Sou Brasileiro de coração, contudo o sangue chama muitas vezes, o legal é o justo equilibrio entre as duas visões, que somente os Nipo-Brasileiros podem ter, de poder ver que não há graça nenhuma em ficar falando "Obrigado" e que ser chamado de Japonês não é uma ofensa, e sim uma honra, brincadeiras são aceitas até certo ponto, isso é o que mais sinto diferença entre os Nipo-Descendentes, a imposição de um limiar, como se falassemos: "Daqui tu não passa!" O fato de carregar uma carga genetica que nos rememore a honra samurai, a gratidão, o "BUSHI NO ICHI GON" (O samurai só fala um vez), de poder escutar as historias dos ancestrais, e trazer de berço esse respeito, em ser muitas vezes duro consigo mesmo, sem ter noção do que seria o Estoicismo, de saber colar num forro arrochado, e saber aplicar gyaku-zuki com força e precisão, e saber, que em alguns momentos temos nosso lado brasileiro, e em outros nosso lado Japones. Muitas vezes as pessoas falam que os Nipo-Descendentes são sisudos, sérios, e digo que na maioria do tempo são sim, mas quando estamos entre amigos, é muita palhaçada pra uma pessoa só. Não falo por todos, falo por mim. As vezes algumas coisas exaltam o lado Japones, como musica, quando escuto algumas musicas, que utilizem shamisen (instrumento de cordas japones) e taiko (percussão japonesa) nos trás uma lembrança, uma vontade de fazer algo que não sabemos o que é, qual descendente não se arrepia ao escutar os fortes kiais em um treino de Kendô, sente vontade de vestir o bogu (armadura) e ir lutar, frente a frente, olho no olho, como os velhos samurais. Que quando passava Karate Kid admirava e respeitava o sr Myagy. Quem nunca sofreu preconceito por ser Nipo-Brasileiro, o que eu realmente não entendo, um país que tem tantas etnias, credos, mandar um brasileiro voltar ao Japão, estranho né. É muito bom encontrar e re-encontrar Nipo-Brasileiros, e melhor ainda se sabermos que estão bem, pois a grande maioria das familias quando chegaram ao Brasil começaram suas vidas do ZERO, trabalhando em plantações, e hoje mais de 90% dos descendetes destes imigrantes tem a graduação, 60% tem pós Graduação, e muitos são referencia em pesquisa, levando o nome do Brasil para o mundo, assim como nos esportes, o Judô, entre outros desportos na qual o Brasil sempre está entre os primeiros tem em suas seleções muitos Nipo-Brasileiros.
Alguns Pontos:
No Brasil somos descendente de Japoneses, os Japas, os Japoneses, e no Japão somos Gaijin (Estrangeiros)ou Burajirudins (Brasileiros) então onde será nosso local nativo?
Harakiri não é loucura é crença religiosa, se não sabe pergunte para alguem, pesquise ou fique calado.
Não, Japonês não é tudo igual, se vc não sabe distinguir então tu tens transtornos mentais.
As pessoas que gostam de ficar brincando com a etnia alheia não podem falar nem reclamar do preconceito contra o negro, contra o homosexual, contra o portador de deficiencias fisicas, sabe por que, é um grande PRECONCEITUOSO! Seria Hipocrisia falar NÃO A INTOLERANCIA RELIGIOSA!! se vc chega na esquina e trata de forma desrespeitosa uma pessoa só porque é descendente de Japones, TODOS devem ser respeitados. Porque antes de ser Brasileiro, Japones, Nipobrasileiro, eu sou Humano, Homem, cidadão do mundo, um morador do Planeta Terra, residente em algum lugar do Universo...